Bom, esse é o assunto do momento nas rodas de discussão, pelo menos de quem está por dentro do assunto.
Voltando um pouco no tempo, no ano de 2008 quando houve a grande crise, que ferrou os EUA e o Japão de tabela, muita gente foi pra rua, seja brasileiro, seja japonês e por aí vai.
E grande parte dos que foram dispensados foram trabalhadores de empreiteira, os chamados Haken Shain.
O problema foi tão grande que apelidaram isso de Hakenkiri.
E o que se via na TV era um monte de gente sem rumo, com a roupa do corpo, dormindo em tudo quanto é canto a aproveitando o mutirão que era formado para ajudar quem necessitava, como um prato quente de comida.
O baque foi grande mesmo, e nesse bolo todo muito brasileiro foi levado pela onda.
Muitos tentaram novas recolocações, porém a cosia estava feia e como havia muita gente para poucas vagas começa aquela putari@ de requisitos, desde o básico até os mais sem noção, a famosa peneira.
Outros tantos aderiram ao seguro desemprego, que diante dessa crise o governo resolveu estender o tempo de subsídio.
E então em 2009 chegou uma luz no fim do túnel dada pelo governo, a tal da auxílio retorno (não era bem esse nome, mas achei bem apropriado)[mas muitos chamam de ajuda dos 300mil].
Que era basicamente, o governo pagar uma quantia X para que a pessoa voltasse para o Brasil.
Mas, não dava a grana em mãos, por meio de agencias de viagens, o governo repassava o valor da passagem e todo o excedente depositava numa conta lá no Brasil.
O chefe da casa recebia 300 mil ienes e depois era 200mil ienes para cada membro da família.
Na época muitos criticaram, outros viam isso como luz no fim do túnel e uma porcentagem achou uma ótima oportunidade para tirar algum proveito.
Teve gente que estava enroscada em dívidas, seja no loan de um carro ou de uma casa, ou até mesmo do aparelho de celular (se fosse o iPhone o cara carregava junto para o BR).
Houve relatos de que muita gente deixou/largou o carro nos estacionamentos dos aeroportos e sumiram, outros tantos largaram a chave na porta de casa.
Ou seja, muita gente deixou dívidas para trás, não foi uma época fácil, obviamente que esse com certeza não foi uma atitude sábia, já que diante daquele momento todos poderiam conseguir algum tipo de reavaliação das pendências.
Teve gente que se aproveitou e mesmo tendo condições para bancar a própria passagem, optaram por aproveitar dessa brecha e viajar de graça.
Bom, o fato é que o governo concedeu essa ajuda, porém a pessoa deveria ir com passagem somente de ida, deixando claro que não voltaria (não tão cedo), sem direito a re-entry.
E o prazo mínimo previsto para uma avaliação era de 3 anos na época, ou seja quem pegou quele dinheiro não poderia retornar dentro desses 3 anos.
Mas, eram 3 anos para se fazer uma avaliação, ou seja, se o país continuasse ruim, em crise ou coisa do gênero, o governo não tinha a obrigação de conceder novamente a reentrada.
Mas, o problema começou aí, muita gente começou a reclamar que o governo não quis tomar uma decisão (depois destes 3 anos).
Tipo, como se tivessem alguma razão ou direito para tal, pressionaram tanto que inicialmente o governo anunciou que iriam avaliar, empurraram com a barriga.
Continuaram pressionado...
Aí, semanas atrás uma guria entrou na justiça (contra o Japão) exigindo que ela teria direito de receber o visto.
O fato é que a guria, os país dela no caso, na época, pegaram essa ajuda do governo e levaram a família toda, com a guria inclusa, mas ela sendo menor de idade.
Neste mesmo período o namorado dela também foi embora, mas por conta própria.
Com o passar do tempo ela se casou com o cara, o cara retornou pra cá e dado esse tempo, ela tentou tirar o visto de entrada, mas negaram, de certo por causa do acordo feito pelo pai.
E por isso entrou na justiça, deu o que falar, acendeu a discussão acerca do assunto.
Muita gente foi contra, outros tantos a favor.
Depois do rolo, o governo através da imigração cederam e abriram uma exceção e criou-se aí um precedente para que mais gente resolvesse entrar na onda.
E o governo resolveu soltar sua resposta, liberou geral, porém com alguma exigências, como por exemplo sair do Brasil com contrato de trabalho assinado, contrato de pelo menos um ano, que é coisa rara hoje em dia, já que a maioria tem contrato a cada 3 meses.
O que abre a premissa de que as empreiteiras possam fazer sacanagem, pilantragem, tipo, vender contratos e amarras do tipo passagem com valor super faturados, deixando assim o cara preso a uma super dívida.
Pode parecer devaneio, mas vindo das empreiteiras, não parece algo sem lógica.
E outro adendo é que quem não leu o "contrato" firmado com o governo, dançou, já que pra quem fosse voltar, teria de ressarcir o dinheiro obtido com ajuda da época.
O fato é que essa assunto concentra discussões acaloradas, que é contra, condena, xinga, esperneia, se sente injustiçado, chama esse povo de sem vergonha, fugitivos, cara-de-pau e por aí vai.
Da turma que é à favor, usam como ponto favorável que não se pode virar as costas aos nativos, que merecem uma segunda chance, que muito foram embora por necessidade.
Mas, ao que parece muita gente desconhece do fato de quem quem retornar teria de devolver a grana que "ganhou" do governo.
Já que todo mundo (ou quase) que é a favor do retorno, diz que pagando ou devolvendo o dinheiro não tem problema.
Enfim, o governo apresentou sua resposta e exigência e meio que deixou claro, enquadre-se à elas que veremos.
E que acho é que neguinho vai se lascar em dívidas só pra querer voltar.
Ah sim e esse tema, parece que também está sendo discutido entre os japoneses e muitos reprovaram esse resolução do governo.
Isso ainda vai dar o que falar.
*imagem original obtidas no Google, bandeira do Japão, imagem do humorista Sugi-chan.
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