Uma coisa que quase todo mundo que não está no Japão ficam imaginando sobre o salário.
Muitos acham que recebemos super salários, chove dindin na conta bancária todo santo mês, sem esforço algum.
Não importa o quanto falamos que tudo isso é falácia, mas o povo não acredita.
Quem vem pra cá vê que a coisa (realidade) é totalmente diferente do que pintam e bordam no Brasil.
No começo dos anos 90, até quase o seu final, o salário médio era sim bom, muito melhor do que hoje em dia, por diversos fatores, só que nesse meio tempo o país entrou em recessão e das grandes, deflação e tudo mais, sem contar as várias crises, pequenas e internas e pra lascar tudo, veio a super crise de 2008, onde quase enterrou o país no desespero.
Sem contar que houve aumento no imposto de consumo, aumento na porcentagem nos descontos referentes ao seguro nacional de saúde nesse meio tempo.
Logo, o que se viu foi uma redução no salário médio de muita gente (trabalhadores de empreiteiras).
Diferente de um contratado direto, onde goza-se de aumento anual no piso salarial, há bonificação a cada semestre.
A grande maioria dos estrangeiros não qualificados (entenda-se trabalhadores braçais onde sua qualificação por estudo e experiência numa determinada àrea não influencia no seu trabalho), é empregado por empreiteira (sistema terceirizado) e não há aumento no piso salarial, até porque trabalha-se na forma de horista e não mensalista.
Não há bonificação como os empregados efetivados pelas empresas.
E como disse, não há aumento no salário, porém houve ao longo desse tempo redução no salário.
Sim, os FDP não aumentaram um centavo, porém reduziram o salário, é escrotisse sem limites.
Enfim, um trabalhador comum, ganha um salário diminuto se enfiar todos os descontos no contra-cheque.
Vale frisar que há setores onde os salários são atraentes, como no ramo de alimentos, fundição, solda e serviços pesados.
Mas, tipo no caso de alimentos trabalha-se quase que num regime de semi escravidão, longas jornadas de trabalho, corridos e cansativos, sem firulas.
Só que nem todo mundo aguenta o ritmo, pede arrego, pede água.
Logo, não há trabalho fácil com salário farto.
Existe sim trabalho farto para salário satisfatório.
Não se iludam com a conversa de muitos.
Como disse, época dos anos 90 já se foram, e não voltam mais, agora, século XXI, 20xx as coisas são completamente diferentes.
Empresas querem cortar gastos, custos, trabalha-se mais e ganha-se menos.
Ou se vive ou se guarda dinheiro, já que não dá pra se fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Dá sim para ter uma vida modesta, sem luxos, sem gadgets novos e economizar razoavelmente.
Eu percebo é que existe a falsa impressão (de quem estão longe), que as coisas aqui são fáceis.
De fato tem muita coisa de certa forma acessível ou simplificada.
Mas, agora em Abril houve um novo aumento sobre o imposto de consumo, aumento de insumos, aumentos de serviços essenciais, de tudo mesmo, menos do salário (não há garantia se haverá aumento para todos).
Eu fiquei sabendo que tinha muita gente que abandonava o emprego no Brasil para se aventurar pra cá, com a fantasia de que aqui se ganharia mais, teriam um super salário.
Se o peão ganhava um salário mínimo tudo bem, mas para quem ganha razoavelmente e tem alguma estabilidade financeira, nem deveriam cogitar a hipótese de vir pra cá.
E hoje pede-se muitas "qualificações" para um serviço com salário mais ou menos.
Saber o idioma que antes era tido como um requisito à mais, hoje em dia é quase que obrigatório.
Requisito é ter uma bom leque de conhecimentos, como qualificação no idioma japonês (tipo nível 2 em proficiência), habilitação para forklift, guindaste, etc...
O que falta por aqui e que tem um bom salário, são pessoas com qualificações em certas áreas.
Para o simples trabalhador o salário não é e não será dos sonhos, não será super, será apenas satisfatório.
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