Durante essa semana li numa publicação da Alternativa Online, sofre mais uma agressão cometida aqui no Japão.
O tal do ijime, que acontece sempre, mas muitos adultos fazem vista grossa para o assunto, alguns outros apoiam a medida e tal, como corretivo.
Mas, o ijime não é apenas agressões físicas, passa pelas agressões verbais ofendendo até diminuindo a pessoas, que são bem comuns na sociedade japonesa.
Enfim, na notícia cita que um jovem de 17 anos que sofrera castigos físicos do professor de basquete.
O garoto depois de algumas agressões sofridas cometeu suicídio e a alegação do professor para aplicar essas agressões é que o garoto era capitão do time de basquete e que precisava tomar a postura de uma pessoa responsável, "dígno" de um capitão.
E sabe o que acontece nestes casos?
O caso cai na mídia, o diretor e alguns membros da escola vem a pública oferecer as condolências e abaixam a cabeça e pedem desculpas.
E depois disso?
Baixado a poeira tudo voltar ao normal, e a impunidade volta à tona assim como os maus tratos.
Por que eles acham isso normal, algo inserido na sociedade para educar de forma severa os alunos.
Mas, dessa vez, os pais resolveram processar o professor por isso.
A polícia também deveria marcar em cima e fechar o cerco contra isso.
E pelo menos por enquanto o ministério da educação ordenou que as escolas enviassem relatórias sobre agressões.
Sabe, no que vai dar?
Em quase nada, por que os diretores não querem ficar se explicando depois, assim como a sociedade não faz muita coisa a respeito.
Tipo, sair as ruas protestando contra a usina nuclear beleza, mas e contra essas agressões?
HIPÓCRITAS!
O resultado disso é que os jovens da nova geração ou crescem revoltados com tamanha impunidade, virando tipo uns furyos ou crescem problemáticos.
Basta ver que muitos parecem perturbados, não parecem bater bem da cabeça, não tem senso de inovação, atitude, de forma nenhuma confronta idéias de seus superiores, tipo sugerindo novas idéias, tem medo de querer mudar por temer a "bronca" ou não de seus superiores.
Ou seja, a escola está criando um exército de covardes, salvo alguns que conseguem se safar ou que conseguem assimilar isso muito bem e superar os traumas.
Esse pessoal antigo, com mente arcaica tende a ferrar com o país a médio-longo prazo.
Os professores não sabem diferenciar entre ser severo ou ser abusado, cometer abusos, e convenhamos que agredir físico ou verbalmente alguém é cometer abuso pelo seu poder, de achar que por ser professor é superior em tudo e que pode tudo.
E no final, a sociedade, os políticos, a polícia não fazem nada a respeito, dizem que fazem e tal só por aparência, para não receberem críticas.
E com esse exército de frouxos o Japão só tem a perder, principalmente para os vizinhos Sul Coreanos.
Enfim, a conivência de muitos magistrados sobre os maus tratos sofridos pelos alunos também atrapalha, pois quando não são os próprios professores, são alunos que mal tratam algumas pessoas, normalmente os introvertidos.
São alvos dos que se acham os manos, malandros.
E isso é algo corriqueiro de se ouvir, basta perguntar pra quem tem crianças matriculadas em escolas japonesas.
Parece que rola um preconceito forte contra estrangeiros ainda.
Tipo, ninguém precisa gostar de estrangeiro, mas respeito é o mínimo que se exige.
O pior disso tudo é que casos como do garoto são frequentes e sempre à algo na mídia sobre o assunto.
Alunos que antes de se suicidarem, deixam escrito, explícitos, que devido a esses maus tratos, resolveram tirar suas vidas.
Ou seja, não aguentaram tudo isso e encontram no suicídio o melhor caminho para aliviar ou fugir disso tudo.
E a polícia o que faz? NADA.
A escola o que faz? NADA.
A sociedade o que faz? NADA.
O governo o que faz? ABSOLUTAMENTE NADA.
Logo, se não houver punição severa em quem pratica tal ato, continuará acontecendo como se fosse algo normal.
Não é porque os tais professores tenham sofrido algum tipo de maus tratos que estes devem fazê-lo aos seus alunos achando que é assim que educa alguém.
Pensamento imbecil, digno de um filadaputa, que merece tomar uns socos na cara pra ver se aprende.
Certamente se tiver um filho matriculado em algum colégio, vou cobrar sinceridade dele acima de tudo, para sua segurança.
E se houver qualquer tipo de maus tratos, EU vou tomar as providência necessárias, primeiro rola o aviso, depois vai no mano-a-mano mesmo, seja professor, seja pai de aluno ou o que quer que seja.
Vai tomar sopapo na cara, pra aprender que se for encarar tem de ser alguém do mesmo tamanho.
Nunca que vou deixar um marmanjo bater num filho meu, e se for alunos que o fizerem, o moleque vai ser arrastado até a casa dele e chamar os pais.
Afinal, professor pode agredir aluno e o contrário não pode?
Enquanto o guri não aprender a se defender, é obrigação dos pais defendê-los e assim será feito.
Se o garoto cometer suicídio então, o cara tá ferrado, a vida acaba pra ele.
Diferentemente do que acontece com os japas, latinos não tem sangue de barata, não aceitam baixar a cabeça por nada que não seja necessário, tipo ter de aceitar agressão porque o cara se sente superior, aliás, nenhum tipo de agressão é aceita, afinal, estamos falando de uma escola, que tem como mote educar e preparar as crianças para a vida adulta, mas desse jeito?
Aqui não, não vai ser dessa forma de jeito algum.
Eu sei que tenho de me adaptar aos costumes locais, mas nunca que vou aceitar agressão, como parte do ensino.
E pra completar, apesar de ser trágico a escolha do garoto, tem gente que ainda acha isso "estúpido", tipo, tirar a vida pra quê?
Quem teve uma infância menos conturbada, pode falar o que quiser, mas nunca condenar a decisão de alguém que sofre agressões durante a infância, que fica marcado pra sempre no passado dela, na sua mente que fica perturbada, muitas vezes sem entender o motivo disso tudo.
Com o pensamento de que está sendo um estorvo diante de todos e por isso resolve tirar a própria vida para que não incomodem mais ninguém, poderia ser considerado algo louvável, mas não é.
Porém não tem como condenar alguém por isso, sem ter passado pelo mesmo.
E o brasileiro médio, sempre tenta amenizar os problemas dos outros e enaltecer os seus, tipo, como se fosse algum mérito engrandecer problemas, e faz parecer que todos devem achar que ele sempre será e deverá ter a atenção e que os problemas dos outros são menores diante dos dele.
Eita, povinho espírito de porco, obviamente que não precisaria dizer que há exceções, porém é melhor deixar explícito aqui, pois vai que aparece um ignorante e acha que estou generalizando.
O problema do Ijime no Japão, parece ter raízes culturais, se bem que eu sou suspeita para falar, pois eu não conheço muito bem o Japão. Esse assunto me chamou a atenção porque eu também já fui vítima de bullying num país europeu (eu não sou brasileira), mas tive o apoio dos meus professores e da direção.
ResponderExcluirQuando vim para o Brasil, fiquei maravilhada com a mentalidade antibullying que predomina nas instituições de ensino (pelo menos nos colégios onde trabalhei). Nunca vi grupos de alunos esperando do lado de fora da escola, para bater num outro aluno (como já vi na Europa). E se isso acontecesse, tenho certeza que os professores condenariam isso e a direção da escola não hesitaria em aplicar suspensão, cortando o mal pela raiz. Sem falar na possibilidade de processo contra os agressores.
Falam que o Japão é desenvolvido mas, devia aprender um pouco com o exemplo do Brasil (eu não sei se o autor deste post é japonês, se for me perdoe pela sinceridade).
De que adianta tanto desenvolvimento se a pessoa não é feliz e vive oprimida? NADA!
Sou brasileiro, estudado e criado no Brasil.
ExcluirHoje morando no Japão.
E infelizmente isso faz parte da realidade japonesa, é revoltante um páis desenvolvido tratar as crianças dessa forma.
Hoje, muitos pais estão mais conscientes de que há abusos, que isso é errado.
Porém, ainda não há uma "força" protestos que tenham como tema exigir punição severa aos agressores.
A sociedade não se mobiliza ainda não caiu a ficha de que isso é grave.
A mídia também não ajuda, postam notícias sobre os casos, mas não cobram justificativas do governo, não há pressão popular.
Enquanto não houver uma reviravolta, continuará acontecendo casos semelhantes à esses.
Muitos japoneses acabam adoecendo, uma espécie de depressão, por não aguentar a pressão dos superiores.
Culpa dos colégios, que ao invés de preparar os jovens, os deixaram covardes e fracos.