Antes de mais nada, devo dizer que o texto será enorme, logo, desde já agradeço quem tiver paciência para ler. :)
Imagens randômicas retiradas do Google.
Depressão...
Tá aí uma "doença" que atinge o mundo todo.
Juntamente com o stress são as doenças do século XXI, pode
até parecer exagero falando dessa forma.
Mas, isso é tratado como doença, já que em muitos casos, os
mais agudos levam à morte, ou muitos a morte se for melhor dizendo.
Não sei ao certo se isso já havia me acontecido antes, nunca
parei para perceber, talvez tenha tido em sua forma mais leve.
Já o stress, bem esse já faz parte de quem trabalha por
aqui.
Já passei por várias crises enquanto estive aqui, crises do
mercado e não crises existenciais.
Cortes, demissões, queda de produção, diminuição de jornada
de trabalho, foram tantos perrengues ao longo destes anos.
Enfrentei desde pequenas crises até as grandes, como o que
ocorreu em 2008.
Enfim, não é sobre crise que vim falar, apesar de ter algum
tipo de ligação.
.
O fato é que ultimamente me deparei com o que pode se chamar
de depressão, quando citei sobre talvez
já ter passado por isso é que por vezes essa doença é imperceptível dependendo
do seu grau e o tempo de duração varia muito de casos para casos.
O fato é que dessa vez eu me senti diferente, alheio a muita
coisa, distraído, tristonho, cansaço, insônia e falta de vontade de fazer muita
coisa, até mesmo aquilo que me dava prazer, como meus hobby´s.
Sim, não dava vontade de fazer mais nada e mesmo assim,
sentia o corpo pesado ao extremo, desmotivação em tudo.
Talvez, tenha sido proveniente do atual momento em que venho
passando, profissionalmente falando.
Pode até ser utópico e soar estranho para muita gente, mas
eu gosto do meu serviço, gosto do que faço, por vezes me estressa, mas mesmo
assim ainda posso afirmar que gosto do serviço.
Afinal, já são
praticamente uma década e meia de dedicação no mesmo serviço (tá certo, não foi
tudo isso de tempo de dedicação), e posso dizer que é muita coisa em termos de
Japão.
Muita gente sequer cogita ficar tanto tempo no mesmo serviço por aqui, seguindo
a mesma rotina, vendo as mesmas máquinas, peças, chefes, enfim, tudo
repetidamente por anos a fio.
Claro que nesse meio tempo senti desânimos, mas que duraram
pouco tempo, aliás isso acontece com qualquer um depois de um tempo trabalhando
no mesmo lugar.
Mas, bastava corrigir a postura, respirar fundo e erguer a
cabeça, pronto, sentia-me como novo, claro que esse sentimento não desaparece
tão fácil assim, mas cabe a nós superarmos o quanto antes e da melhor forma
possível.
Só que agora, parece que estou lidando com algo novo,
diferente....um inimigo invisível que habita em minha mente.
E que não quer sair tão fácil assim, obvio que não sairá de
uma hora para outra, já que meu psicológico está abalado.
E no ápice disso, me passou pela cabeça se já não passou da
minha hora nesse serviço (não, não pensei em me matar, como acontece em muitos
casos, não vejo sentido nisso e estou muito bem, consciente, plenos de minhas
faculdades mentais).
Durante o expediente de trabalho fico pensando se meu
prazo de validade dentro da empresa já expirou e que deveria buscar novos ares,
um novo serviço, já que estaria eu numa idade em que se deve definir de vez
para onde devo seguir, achar meu rumo.
O mercado de trabalho se afunila com o passar do tempo
(idade).
Pois é frustrante saber que dentro da minha cabeça, tenho me
dedicado ao serviço sempre.
Sempre buscando me esforçar o quanto posso e apresentar um
ritmo de serviço pelo menos satisfatório, apesar de saber que (na minha cabeça)
faço muito mais que muita gente.
Mas, não sou daqueles que ficam se gabando: "olha só,
corro mais que você, me dedico mais que você" e coisas do gênero.
Até porque não faz sentido algum falar isso para pessoas do
seu grupo, quem tem de avaliar isso são os chefes, quando digo avaliar, fazer
eles verem que está se esforçando e não ficar falando, falando...já que isso
enche o saco de qualquer um.
Bom, o momento atual do serviço é instável, houve queda
de produção e conseqüentemente queda na jornada de trabalho.
E fui escalando para ser "emprestado" para outra
unidade do grupo.
Antes de continuar, volto um pouco no tempo.
Neste mesmo ano, depois do início do ano fiscal (Abril) a
empresa passou pela mesma situação, queda de serviço.
E fui escalado (até onde sei) para ajudar uma seção de outra
unidade, uma seção de testes e protótipos, bem diferente da minha realidade.
Aliás, vale atentar para o fato de que pelo que me relataram
é muito difícil em estrangeiro ser admitido numa seção dessas, já que não se
trata de uma linha de produção e que muitos componentes, novos inclusive são
testados.
Enfim, o plano inicial era de ficar por pelo menos 3 meses
para ajudar.
O mote foi de que minha experiência profissional pesou no
fato de me chamarem, pelo tempo que exerço no serviço.
Sim, fui, mas não achando ser a bolacha mais gostosa do
pacote, por se tratar de um serviço diferente, que tinha certa semelhança do que
vinha fazendo.
E chegando lá, os japas presentes já chegaram falando do meu
"status" (???que status???), de ser veterano, de ser especialista e
tal.
Humildemente (acreditem) falei que as coisas não são assim,
que eu estou chegando para ajudar e que não tem essa de especialista, até
porque as máquinas, as peças, o ambiente de trabalho, enfim, tudo é diferente,
talvez o que se assemelha seja a forma de se fazer o serviço.
Claro que para o ego das pessoas, isso soa muito bem, lhe
faz se achar e tudo mais.
Mas, com os pés no chão, fui fazer o meu novo serviço e
executá-lo da melhor forma possível.
Ouvi que me elogiaram
aos meus superiores.
Pra mim, é indiferente, não mudei minha postura, meu jeito
de trabalhar, minha dedicação.
Porém acabei voltando antes do prazo combinado por
determinação dos superiores, já que minha seção havia aumentado o serviço.
Bom, é um resumo mais ou menos da minha passagem a outra
unidade e talvez quem sabe depois eu conte mais detalhadamente.
Voltando a atualidade, depois de meio ano retornei para essa
mesma seção, as mesma peças que havia feito antes e tudo mais.
Desta vez o motivo não ficou claro, já que com a queda do
serviço seria necessário deslocar algumas pessoas.
E quando fui avisado sobre esse retorno já me bateu uma
certa decepção.
Sim, por não ter um motivo claro, me abriu na cabeça a
possibilidade de me deslocarem temporariamente para outro lugar até as coisas
voltarem, tipo, ao invés de ser chamado, fui enviado.
Parece não ter muita diferença, mas tem, acreditem.
Ainda mais para alguém que tinha em mente que, estava dando
duro, suando e fazendo o melhor possível pela empresa.
E esse "envio" seria como um balde de água fria no
que vinha pensando, tipo, não estaria fazendo o melhor e de forma coerente,
apesar de (que na minha concepção) achar que estaria bom ou pelo menos
satisfatório.
É uma crise pessoal, te faz levantar questionamentos sobre
sua postura dentro da empresa.
Até mesmo o fato de fazer pensar "porque eu, se tem
pessoas que fazem menos?".
Um agravante na minha "moral" é o fato de que
semanas antes, houve algumas queixas minhas aos superiores ao fato de que
teriam de ser mais "duros" com certas pessoas.
Já que vinha acontecendo seguidos problemas operacionais.
Com a forma branda com que eles repassavam os ocorridos e as
ordens de fato não mostravam ter efeito algum.
E não, não pedi a cabeça de ninguém , até porque não sou
disso, não acho que tenho de intervir perante os chefes dessa forma.
Só cobrei uma postura mais rígida, somente.
E dias depois me vem a informação de que seria deslocado o
que me pareceu (pelo menos no início) como uma censura, uma amostra de...abaixa
a bola aí, não vamos mudar nossa postura, mesmo sabendo que ser rígido de fato
poderia "surtir" algum efeito.
Tipo, minha intenção ao falar disso era pensando na empresa,
no que poderia melhorar ou deixar menos pior.
Se de fato foi isso ou é só coisa da minha cabeça eu não
sei, mas de primeira me veio isso na cabeça.
Já que de volta a essa seção, a carga horária de nada difere
da seção que vinha trabalhando.
E por conta disso, me senti abatido, fraco, desolado e levou
minha "moral" ao nocaute, e isso deve ter de algum forma desencadeado
essa pseudo-depressão que venho passando, ou que tomou posse de mim.
Eu não tenho o costume de me fazer de coitado, até porque
meu alter-ego não deixa, meu orgulho não me permite.
Porém, apesar dessa toda minha insatisfação, tento me manter
concentrado profissionalmente falando, continuo tentando manter a mesma
performance, mesmo tendo de me esforçar quase que dobrando, por não estar
conseguindo descansar direito e infelizmente alguma coisa acaba escapando, que
no caso é a distração que não tinha.
Coisas simples, habituais, mas que acabam sendo esquecidas
ou feitas de forma não normal.
E o melhor a fazer seria buscar ajuda especializada para
ter um diagnóstico mais preciso, porém me vem a cabeça, será que conseguirei
passar tudo que venho passando? Será que o médico vai conseguir diagnosticar direito?
Será que isso não irá atrapalhar minha performance profissional? Será que não
serei descartado?
São tantas perguntas que surgem na cabeça, tantos
questionamentos.
Mas, o fato de eu conseguir reconhecer que venho enfrentando
um problema assim, me mostra um lado bom.
Já que minha frieza e orgulho sempre se sobressaiam e
maquiava toda e qualquer problema assim, excetuando o stress.
Tenho em mente que não será uma jornada fácil, mas exatamente
por conta do meu orgulho, não vou me ajoelhar facilmente sem antes
"brigar" muito contra essa doença.
Putz, f*da brigar contra sua própria cabeça, contra algo que
não se vê, um inimigo imperdoável.
Quantos não deve estar passando por isso agora ou em graus piores!?
E a cura?
Só vem com o tempo...
(putz, digitar tudo no Word e depois passar pra cá, as quebras de linha ficam todas zuadas).
< editado > depois de um tempo resolvi ler pra achar erros e falta de concordância, claro que deveria ter feito isso antes de finalizar o post, mas sempre deixo pra depois, em post menores até leio e re-leio antes, mas dessa vez não deu.